Tuesday, January 17, 2006

Verdades desnecessárias

Depois de um bom tempo sem postar, por puro esquecimento de meu nome de usuário, estou de volta!

E volto falando sobre sinceridade!

É senso comum: pergunte a qualquer pessoa que requisito não pode faltar em um amigo ou namorado(a). Dentre várias características, lá vai estar ela, sempre ela, a sinceridade!!! E não podia ser diferente, afinal, todo o mundo gosta da verdade, certo?

Mais ou menos.

Há verdades que devem ser ditas para o bom funcionamento de um relacionamento – seja lá de qual natureza for! Porém, há verdades que deve ser omitidas exatamente pelo mesmo motivo.

Se, por exemplo, o seu subordinado está executando de modo ineficiente a sua função, abra o jogo com ele, é claro! Sou totalmente favorável a críticas construtivas. Elas nos fazem crescer, nos fazem evoluir, nos possibilitam descobrir do quão mais somos capazes, o que eleva nossa auto-estima! Mas se você acha que, gordo, feio, manco e com aquele mau hálito, seu subordinado nunca vai encontrar o amor de sua vida, guarde sua opinião com você. A auto-estima dele já deve ser baixa o suficiente sem ela.

Eu procuro ser sincera sobretudo comigo mesma! Quando ouço alguém dizendo que a Fulana é falsa porque se diz amiga da Beltrana, mas fala pelas suas costas que ela é insegura e egocêntrica, nossa, então eu também sou falsa! Eu não comento apenas os pontos positivos das pessoas. Comento os negativos também, e nem sempre os comento com a própria pessoa, simplesmente porque acho desnecessário!

Sinceramente, se você tem determinadas opiniões sobre mim, pode comentá-las pelas minhas costas. Mas não fale para mim. Eu não quero saber. Elas podem me deixar triste gratuitamente. Elas podem me tomar a esperança. Podem fazer com eu eu deixe de acreditar em mim. Podem me convencer de que não vale a pena. Podem me levar a desistir de tentar. E não me farão mal nenhum se forem ditas a outras pessoas, principalmente se eu não as conheço.

É claro que não é qualquer pessoa que vai me provocar tudo isso. E também já aprendi a ignorar certas pérolas, mesmo que venham que pessoas importantes para mim. Percebi que às vezes somos apenas a válvula de escape mais próxima que as pessoas têm para aliviar suas frustrações. Mas vá que eu esteja nesta posição nada estratégica justamente num dia em que estou frágil e vulnerável?

Se tem gente que detesta pessoas falsas, eu detesto muito mais aquelas que não têm papas na língua, reis e rainhas da polêmica e do constrangimento público. Pessoas que falam o que querem e nem sempre ouvem o que não querem, por não estarem diante de pessoas tão dotadas de presença de espírito e sarcasmo. Pessoas que enchem a boca para dizer “Eu falo o que eu penso!’ Pois eu quero que elas enfiem seus pensamentos em outro lugar! Para o diabo a sua sinceridade! Vão contranger as senhoras suas mães!

Existe um lugar intermediário entre a hipocrisia nojenta e a sinceridade depreciativa. Considero-o o mais saudável para que as engrenagens das relações sociais continuem azeitadas. E é nela que eu procuro sempre estar.

Algumas pessoas vão jurar discordar de mim. Vão dizer que preferem a sinceridade sempre! Mas me engana, que eu gosto!