Thursday, June 01, 2006

I´VE TAKING MY TIME WITH A NUMBER OF THINGS THAT WEREN´T IMPORTANT YESTERDAY


...And I still gooooooooooooooo..........

Incrível como sempre tem uma música dos Beatles para cada momento da minha vida.

Eu já não sou mais a mesma. Eu costumava ser aquele tipo de pessoa para quem qualquer coisa está bom. Se a companhia era agradável, não importava que a cerveja fosse barata, e o atendimento, amador. E eu achava bonito ser assim. Legal era ser simples. Tinha até um certo orgulho disso. Pensava até que as pessoas poderiam gostar mais de mim por eu ser assim tão modesta. E tenho certeza de que algumas pessoas se encantaram por mim justamente por causa disso. Humilde, não lhes exigiria muito. Aceitaria sua precariedade de modo passivo, com um sorriso bondoso nos lábios e toda a compreensão do mundo nos olhos. Enfim, uma pessoa fácil de agradar. Eu era o sonho e a solução dos preguiçosos, dos pobres, dos desprovidos de ambição de qualquer espécie. Eu era o cobertor dos acomodados.

Eu hoje seria o pesadelo dessas pessoas. Eu seria o balde de água fria no momento mais profundo do sono. O pesadelo cheio de angústia, daqueles de que já se acorda cansado. Eu tenho sido toda impaciência com a preguiça e com a auto-comiseração. Não acredito mais nas desculpas. Não aceito mais que a doença, a injustiça e a conjuntura econômica sejam os bodes expiatórios do fracasso, do atraso e da probeza. E não tenho mais me contentado com pouco. Nem com o mais ou menos. Tenho desejado com ardor tudo aquilo que antes eu considerava exagero e frescura. Tudo o que antes eu achava que só se obtinha para exibir e ostentar. Mas eu tenho descoberto sensações de cuja existência jamais suspeitei. Descobri que, muito mais do que exibido, o que é do bom e do melhor pode ser desfrutado, aproveitado, curtido. É que a minha visão era de quem não tinha e a quem, portanto, só restava avacalhar. Desdenhava porque não podia comprar - e julgava que não poderia fazê-lo nunca.

Mas graças a Freud tenho mudado. Graças a ele tenho sido incompreendida por muitos. Mas esta incompreensão é o preço do ingresso para o mundo dos que não avacalham porque podem. Barato. Uma pechincha.

1 comment:

Tekhnè said...

Bem melhor assim! Bjs, Sandra